segunda-feira, 15 de junho de 2015

Robocop - Segunda Parte




Séries

Robocop:The TV Series foi uma produção que obviamente procurou agradar tanto ao público infantil quanto aos adolescentes, pois a violência que havia na franquia do herói foi bem abrandada. A série acontece entre o filme original e sua continuação Robocop 2, indo ao ar em 1994.

Desta vez chamaram o ator Richard Eden para dar vida ao Robocop e pra ser sincero lembro que sua interpretação era bastante convincente. Sua parceira era a detective Lisa Madigan (Yvette Nipar) que curtia uma certa afeição pelo homem de lata.

Pra dizer a verdade eu não achava graça nenhuma nesta versão, mas sinceramente a única personagem que eu curtia demais era a lindíssima Diana Powers (Andrea Roth), uma holograma que ajudava nosso herói em praticamente todos os episódios.

E também detestava aquela moleca Gadget (Sarah Campbell), mas se não me engano acho que era uma pequena hacker muito inteligente.

Depois tivemos Robocop: Prime Directives, uma série feita por uma produtora canadense e composta por quatro episódios todos lançados, no ano 2000. Haviam se passado sete anos após o último filme de nosso herói cibernético chegando ao ponto que já estava sendo esquecido.

Esta versão tem uma temática sombria evocando em flashbacks o filme original da franquia do herói e apresenta o ator Page Fletcher como Alex Murphy/Robocop.



HQs

O herói já foi publicado por diversas editoras ao longo dos anos. A primeira aconteceu na edição de Aventura & Ficção n° 8, foi a versão oficial do filme lançada pela Marvel, em 1987. 
Depois que Robocop 2 foi pra telona a Marvel novamente publicou uma série de edições sobre nosso herói.

Dark Horse, Avatar Press e a Dynamite também estiveram publicando histórias que ajudaram a dar longevidade ao mito.

A grande novidade é que recentemente nosso Policial do Futuro voltou, pois a editora Astral Comics lançou este ano uma minissérie de 4 edições do herói cibernético baseada na versão de José Padilha.




Robocop – 2014
O diretor José Padilha fez questão de afirmar que não se trata de um remake, mas sinceramente é muito difícil não pensar por este prisma (o filme original é algo inacreditavelmente marcante em nossas vidas).

Pra dizer a verdade usaram apenas a temática do Policial do Futuro como base e construíram uma história absurdamente fantástica e de fundo realista. A música-tema nos conecta a primeira versão e a trilha sonora ficou impactante.

O filme se preocupa demais em nos ambientar com a condição de Alex Murphy (Joel Kinnaman) ter se tornado meio homem, meio máquina.

Vemos o aspecto humano de Alex sendo dissecado de forma minuciosa em diversos momentos. Seja em sua vida particula, sentimentos, ações e isso nos conecta ao herói (propondo-nos a pensar em como agiríamos nesta situação).

É justamente isso que torna essa versão boa. Não vou dizer que o filme é memorável ou surpreendente, pois eu estaria mentindo. Só que despertou mina atenção pela questão levantada do uso de robôs em missões perigosas (uma realidade que está “quase” acontecendo).

Esse Robocop não é um filme de ação, pois acaba demonstrando que o pior inimigo do herói é justamente o ser humano (afundando na corrupção do sistema em que vive).

O único antagonista real que o policial ciborgue possui é  Mattox (Jackie Earle Haley), um perito em armamentos, da OMNICORP (que despreza o herói, porque possivelmente porá seu trabalho em risco).

A inexistência de um vilão como Clarence Boddicker deixou um vazio enorme nesta parte. Pecando para que o telespectador tomasse aquele sentimento de querer vingança unindo-se a aventura.

Joel Kinnaman está muito convincente como Alex Murphy tendo que se adaptar a sua nova condição, mas ficou estranha a substituição de Anne Lewis por Jack Lewis (Michael Kenneth Williams) ela demonstrava aquela perspectiva humana que nos conectava a narrativa.

Raymond Sellars (Michael Keaton) trata o Robocop apenas como um produto e pra mim se assemelha demais com Tony Stark, um empresário que visa friamente concluir suas intenções. Gary Oldman (Dennett Norton) esta excelente oscilando entre cientista e ser humano.

Robocop forçou a barra num sentimentalismo barato quanto a família de Murphy aceitar numa boa sua transformação em robô. É difícil acreditar que ainda vão querer por perto uma máquina que não apresenta nenhum calor humano (ela nunca terá relações sexuais com ele  ou “talvez”, quem sabe?).

Eu só não entendi qual o papel de Samuel L. Jackson (Pat Novak) com seu apresentador sensacionalista. Sua atuação como sempre é excepcional e seu personagem nomeia Alex como Robocop, mas pra mim teria funcionado melhor se estivesse de conluio com Sellars.

Ele age manipulando as notícias para que o herói fosse aceito pela população, no entanto parece estar jogado de forma gratuita no filme.

Aliás tanto Oldman, quanto Keaton e Kinnaman estão convincentes com seus personagens, mas sinceramente não consegui gostar do filme. Apesar de ser denso, conturbado e muito realista dentro do que foi proposto (não senti aquele gosto de quero mais no final).

O Robocop é um personagem marcante, porque esse enredo de máquinas inteligentes com sentimentos humanos vs ciborgues meio homem, meio máquina permeiam a imaginação da humanidade há décadas.

A tecnologia evoluiu e os efeitos especiais ficaram ótimos. E o que despertou minha atenção é que ficou evidente que a mídia manipula as escolhas da população (além de um grande contexto de imperialismo).

O filme “talvez” não faça a cabeça da geração que viu o original, mas com certeza agradará aos jovens (já que foi feito pensando nos acontecimentos da atualidade).

E pra fechar será que haverá continuação? O final deixa margem pra uma sequência, mas vamos esperar pra saber se vai rolar.