Séries
Robocop:The TV Series foi
uma produção que obviamente procurou agradar tanto ao público infantil quanto
aos adolescentes, pois a violência que havia na franquia do herói foi bem
abrandada. A série acontece entre o filme original e sua continuação Robocop 2,
indo ao ar em 1994.
Desta vez
chamaram o ator Richard Eden para dar vida ao Robocop e pra
ser sincero lembro que sua interpretação era bastante convincente. Sua parceira
era a detective Lisa Madigan (Yvette Nipar) que curtia
uma certa afeição pelo homem de lata.
Pra dizer a verdade
eu não achava graça nenhuma nesta versão, mas sinceramente a única personagem
que eu curtia demais era a lindíssima Diana Powers (Andrea
Roth), uma holograma que ajudava nosso herói em praticamente todos os
episódios.
E também
detestava aquela moleca Gadget (Sarah Campbell), mas se não me
engano acho que era uma pequena hacker muito inteligente.
Depois
tivemos Robocop: Prime Directives, uma série feita por uma
produtora canadense e composta por quatro episódios todos lançados, no ano
2000. Haviam se passado sete anos após o último filme de nosso herói
cibernético chegando ao ponto que já estava sendo esquecido.
Esta versão
tem uma temática sombria evocando em flashbacks o filme original da franquia do
herói e apresenta o ator Page Fletcher como Alex Murphy/Robocop.
HQs
O herói já
foi publicado por diversas editoras ao longo dos anos. A primeira aconteceu na
edição de Aventura & Ficção n° 8, foi a versão oficial do filme
lançada pela Marvel, em 1987.
Depois que Robocop 2 foi pra telona a Marvel
novamente publicou uma série de edições sobre nosso herói.
Dark
Horse, Avatar Press
e a Dynamite também estiveram publicando histórias que
ajudaram a dar longevidade ao mito.
A grande
novidade é que recentemente nosso Policial do Futuro voltou, pois a
editora Astral Comics lançou este ano uma minissérie de 4
edições do herói cibernético baseada na versão de José Padilha.
Robocop – 2014
O
diretor José Padilha fez questão de afirmar que não se trata
de um remake, mas sinceramente é muito difícil não pensar por este prisma (o
filme original é algo inacreditavelmente marcante em nossas vidas).
Pra dizer a
verdade usaram apenas a temática do Policial do Futuro como base e construíram
uma história absurdamente fantástica e de fundo realista. A música-tema nos
conecta a primeira versão e a trilha sonora ficou impactante.
O filme se
preocupa demais em nos ambientar com a condição de Alex Murphy (Joel
Kinnaman) ter se tornado meio homem, meio máquina.
Vemos o
aspecto humano de Alex sendo dissecado de forma minuciosa em diversos momentos.
Seja em sua vida particula, sentimentos, ações e isso nos conecta ao herói
(propondo-nos a pensar em como agiríamos nesta situação).
É justamente
isso que torna essa versão boa. Não vou dizer que o filme é memorável ou
surpreendente, pois eu estaria mentindo. Só que despertou mina atenção pela
questão levantada do uso de robôs em missões perigosas (uma realidade que está
“quase” acontecendo).
Esse Robocop
não é um filme de ação, pois acaba demonstrando que o pior inimigo do herói é
justamente o ser humano (afundando na corrupção do sistema em que vive).
O único
antagonista real que o policial ciborgue possui é Mattox (Jackie
Earle Haley), um perito em armamentos, da OMNICORP
(que despreza o herói, porque possivelmente porá seu trabalho em risco).
A
inexistência de um vilão como Clarence Boddicker deixou um vazio enorme nesta
parte. Pecando para que o telespectador tomasse aquele sentimento de querer
vingança unindo-se a aventura.
Joel Kinnaman
está muito convincente como Alex Murphy tendo que se adaptar a sua nova
condição, mas ficou estranha a substituição de Anne Lewis por Jack
Lewis (Michael Kenneth Williams) ela demonstrava aquela perspectiva
humana que nos conectava a narrativa.
Raymond
Sellars (Michael
Keaton) trata o Robocop apenas como um produto e pra mim se assemelha
demais com Tony Stark, um empresário que visa friamente concluir
suas intenções. Gary Oldman (Dennett Norton) esta excelente
oscilando entre cientista e ser humano.
Robocop
forçou a barra num sentimentalismo barato quanto a família de Murphy aceitar
numa boa sua transformação em robô. É difícil acreditar que ainda vão querer
por perto uma máquina que não apresenta nenhum calor humano (ela nunca terá
relações sexuais com ele ou “talvez”, quem sabe?).
Eu só não
entendi qual o papel de Samuel L. Jackson (Pat Novak)
com seu apresentador sensacionalista. Sua atuação como sempre é excepcional e
seu personagem nomeia Alex como Robocop, mas pra mim teria
funcionado melhor se estivesse de conluio com Sellars.
Ele age
manipulando as notícias para que o herói fosse aceito pela população, no
entanto parece estar jogado de forma gratuita no filme.
Aliás tanto
Oldman, quanto Keaton e Kinnaman estão convincentes com seus personagens, mas
sinceramente não consegui gostar do filme. Apesar de ser denso, conturbado e
muito realista dentro do que foi proposto (não senti aquele gosto de quero mais
no final).
O Robocop é
um personagem marcante, porque esse enredo de máquinas inteligentes com
sentimentos humanos vs ciborgues meio homem, meio máquina permeiam a imaginação
da humanidade há décadas.
A tecnologia
evoluiu e os efeitos especiais ficaram ótimos. E o que despertou minha atenção
é que ficou evidente que a mídia manipula as escolhas da população (além de um
grande contexto de imperialismo).
O filme
“talvez” não faça a cabeça da geração que viu o original, mas com certeza
agradará aos jovens (já que foi feito pensando nos acontecimentos da atualidade).
E pra fechar
será que haverá continuação? O final deixa margem pra uma sequência, mas vamos
esperar pra saber se vai rolar.