terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Injustiça – Deuses entre Nós






Superman sempre serviu de inspiração para retirarmos o melhor que há dentro do ser humano. Ou seja um herói cujo propósito sirva pra nós agirmos tentando melhorar o mundo ao nosso redor. 

Nesta HQ temos uma “nova” perspectiva sobre o mito, porque  não é a primeira vez que o vejo agindo como um ditador.  Pra mim não é algo tão surpreendente assim, mas foi a melhor versão que já li.

Lembrando que na série animada da década de 90, temos o episódio Admirável Metrópolis Nova, no qual Lois devido a um experimento no Laboratórios Star encontra uma realidade alternativa (aonde havia morrido).

Nesta Terra Paralela o Azulão não chegou a tempo de deter uma explosão em seu carro e como consequência de sua perda tomou as rédeas da cidade tornando-se num controlador obsessivo (iludido pelas maquinações de Lex Luthor).

A melhor coisa neste episódio é que depois que Kal descobriu estar sendo enganado confrontou Lex que morreu quando tentava fugir. Então Lois quando voltou pra nossa Terra resolveu pedir ao Super que se encontrassem sem ela precisar estar sendo salva (sinal que o relacionamento deles estaria pra acontecer).

Bom, esta edição surgiu inspirada no famoso jogo homônimo servindo como prequel do que acontece nele (algo como os eventos anteriores que culminaram naquilo que vemos).

Eu já vi o game no youtube e achei seus gráficos maravilhosos, mas o roteiro de Tom Taylor é complexo e muito claustrofóbico. Kal e Lois estavam curtindo sua vidinha nada simples até que ela surgiu coma notícia que o Azulão seria papai. 

Enchendo-o de orgulho e felicidade por isso (de vez em quando dizem que o cara não pode ser pai na outra colocam um descendente nos gibis, os roteiristas são ótimos em nos deixarem malucos com isso).

A repórter não é uma mulher comum e decidiu manter sua vida normalmente, mas uma dica no cais renderia pra Lois e Jimmy uma matéria muito importante. Só que tudo não passou de uma tramoia do Sr. C. que assassinou Jimmy Olsen e sequestrou Lois.

Pra piorar o Palhaço do Crime conseguiu misturar gás do medo com kriptonita e conseguiu transformar o maior pesadelo do herói em realidade (o retorno do monstro Apocalypse). 

Agindo sob efeito do gás Superman “pensa” estar lutando contra seu pior arqui-inimigo, mas infelizmente mata sua esposa e filho (sem saber).

A situação ficou ainda mais catastrófica quando uma bomba atômica extermina com Metrópolis e seus habitantes. Nunca vi algo deste tipo, porque a fúria do Azulão era tão grande que assassinou o Coringa sem exitar (foi sinistro mais ele mereceu).

A intenção do palhaço era justamente essa, pois estava cansado de perder pro Morcegóide diversas vezes e resolveu mudar de oponente. Tudo começou apenas em como seria destruir uma alma tão nobre quanto a do Super (e no final de tudo confessou que foi tudo muito fácil, putz!).

Como se só isso não bastasse o Homem do Amanhã começou uma cruzada contra todas as nações exigindo um cessar fogo e caso isso não acontecesse ele mesmo tomaria suas precauções.

Então os heróis da LJA dividiram-se entre aqueles que seguiam o Homem de Aço e aquele que estavam temerosos com suas intenções.

O herói sempre combateu o crime e as invasões alienígenas nada mais do que isso, porém quando enfrentou os governos do mundo. 

O presidente americano se retrai e procura o auxílio do único homem que “talvez” possa fazer frente ao kriptoniano, quem disse Batman acertou em cheio.

Há quatro momentos incríveis nesta HQ que servem pra deixar qualquer um de queixo caído. No primeiro deles Clark joga na cara do Bruce sobre sua suposta relação de amor e ódio com o Coringa responsabilizando-o por todas as mortes cometidas pelo palhaço.

E interpelando, porque Bruce não estava lá pra evitar o sumiço de Lois (a conversa foi tão pesada que o Morcego chegou a esmurrar a cara do kriptoniano).

O segundo aconteceu dentro do Asilo Arkham quando todos estavam com os ânimos exaltados e Bruce perdeu seu filho mais amado (eu não consigo esquecer os olhos dele sobressaltados sob a máscara, foi pesado!).

No terceiro momento que chamou minha atenção foi com o Flash na Austrália no momento em que Kal e Diana detém um rapaz que se tornou herói inspirado pela Liga pra seguir a vida heroica. 

A força que eles usaram foi tão grande que arrebentaram com ele numa questão de segundos.

Foi uma situação tão espantosa ver o Barry atormentado correndo apenas pra tentar esquecer aquilo que presenciou (até o homem mais rápido do mundo ficou impotente diante daquela situação).

E por último Aquaman decide tomar uma iniciativa contra a superfície tentando mandar um recado pra todos os lugares do mundo (tipo dizendo que no mar ele é o soberano). Em contrapartida o Superman junto a outros heróis retira a cidade de Atlântida do fundo do oceano e a coloca no meio do deserto.

Numa verdadeira demonstração do que realmente poderá fazer a quem se opor a sua vontade (Arthur até pede desculpa, mas Diana não leva o recado pro Azulão). 

Só pra fechar aqui tivemos mais uma vez que sem a Lois no caminho haverá uma aproximação entre Diana e Kal. Ares até sugere isso e ela não descarta tal hipótese (ela segue o Azulão fielmente sem hesitar).

O roteiro de Tom Tayler é bem conduzido virando do avesso as relações de amizade que eram concretas. 

Aqui temos nitidamente uma versão da Guerra Civil, da Marvel sem tirar nem por. Bruce e Kal dividem a Liga em facções que irão culminar nos confrontos do famoso jogo.

A história serve pra explicar o contexto no qual o game acontece, porém não gostei de nenhum dos artistas que fizeram este trabalho (pra mim ficou uma colcha de retalhos muito mal feita). Os editores poderiam ter pensado melhor neste aspecto fora isso é uma ótima leitura com um desenvolvimento até mesmo imprevisível.

Infelizmente a edição parece servir somente como caça níquel pro fãs do jogo e também para aqueles leitores desavidados que não conhecem nada sobre o game (ou seja alguém do tipo este humilde comentarista).

Injustiça comprova que no final das contas Amanda Waller sempre estava certa (me refiro ao seu ponto de vista no desenho da Liga).