É uma das
melhores histórias do Azulão que já li em muitos anos.
O roteiro é
feito pelo renomado J. Michael Straczynski e mesmo que esteja
abordando pontos exaustivamente conhecidos como Jonathan e Martha encontrarem a
espaçonave, a herança kriptoniana e como funcionam seus poderes.
Coisas que
até poderiam ter sido deixadas de lado, mas que juntando tudo funcionam numa
dinâmica adequada.
Somente o
aspecto de trazer novo fôlego a mitologia de Kal-El demonstrando
o impacto de sua presença no mundo é o que a torna relevante.
Até a
questão do sexo teve uma proposta boa, pena que o ato em si não chegou a acontecer
(Clark é virgem, coitadinho!).
Bom, se por
um lado o roteiro é praticamente impecável a única exceção é o desenhista Shane
Davis, pois sua arte pra mim não convence. A história em si é tão
contundente que seu trabalho não consegue acompanhar.
Mesmo sendo
bem detalhada infelizmente ficou parecendo uma mistura de pintura com anime e o
pior suas expressões faciais parecem forçadas (não consigo sentir naturalidade
quando as vejo).
Foi somente
nisso que a editora pecou, pois poderiam ter dado para alguém que conseguisse
transmitir sentimentos que assimilássemos melhor.
Voltando,
não é atoa que esta história teve alguns momentos abordados no filme Superman: O Homem de Aço (2013) tornando-a uma boa pedida para ser lida.
A invasão
feita pelo alienígena Tyrell mudou o
contexto que estava estabelecido há décadas que existia somente Krypton naquele
quadrante espacial. O fato da explosão do planeta ter sido uma tramóia
orquestrada pela raça alienígena inimiga.
Deixou pra
mim uma pergunta importante quem foi o benfeitor que deu a tecnologia para tal
propósito e com qual finalidade? Porque o principal inimigo não foi mostrado? E
pelo que eu pude entender o Azulão ainda corre um grande perigo.
Será que
teriam o interesse de fazer uma outra continuação desta HQ? Pra ser sincero eu
duvido muito (então pensando por este prisma foi o único furo do gibi).
O que chamou
realmente minha atenção é terem mostrado a vida pessoal de Kal sendo abordada
(tipo o que ele sente, pensa e como decide viver).
É triste
notar que um ser imensamente poderoso se sente ao mesmo tempo tão sozinho no
mundo. Algo como ele disse no desenho da Liga segurar o fardo de viver num
mundo como se fosse feito de papelão (é um algo estranho e muito
surpreendente).
Outro ponto
positivo foi incluir as diversas versões anteriores do herói neste gibi.
Podemos notar referências do período de John
Byrne, pois Martha costura o uniforme dele, também temos um pouco de Smallville e
até do Superman clássico da década de 40 na cena em que salva sua amiga Lisa
Lasalle de apanhar no apartamento do ex-namorado.
Superman:Terra Um é um
prato cheio pra quem gosta do herói, mas também tem uma história impressionante
recontando a origem do mito. A parte boa que tudo é feito de uma forma bastante
inusitada explorando certas coisas que nunca haviam sido pensadas antes.
É a melhor
abordagem do kriptoniano feita pelo aspecto humano levantando questões que
valem a pena serem mostradas, porém de uma maneira muito simples e bastante
inteligente.
Espero que
tenham gostado.