segunda-feira, 27 de maio de 2013

Estigmatizados



O novo filme do Wolverine me lembrou um fato interessante os atores que alcançam sucesso ao interpretarem super-heróis ficando icônicos por conta de suas representações.

Interpretar um super-herói num filme é algo que levanta (ou derruba) a carreira de um ator, mas infelizmente após isso alguns ficam marcados. E suas carreiras artísticas não conseguem desempenhar o sucesso almejado.

Só em pouquíssimos casos isto não influencia em nada. Talvez a situação mais importante e marcante quanto a isso foi o caso de George Reeve, o Superman da série televisiva dos anos 50 que infelizmente viu sua carreira naufragar após ter envergado o manto azul e a capa vermelha.  Dizem a lendas que as pessoas riam de sua aparição ao se recordarem que havia feito o kriptoniano. E seu final trágico até hoje carece de uma explicação razoavelmente plausível.

Outro Superman marcante e este eu não poderia deixar de falar foi Christopher Reeve que sofreu um acidente quando praticava equitação e ficou paralítico. Sua presença como Superman é tão envolvente quanto sincera, pois é impossível não acreditar que ele é o Homem de Aço. Chris demonstrou ser um herói da vida real quando lutou pela utilização das células tronco para recuperar pacientes que estavam na mesma situação que ele. 

Desde que Bryan Singer dirigiu o primeiro X-Men, temos Hugh Jackman como a encarnação perfeita do mito Wolverine. São mais de dez anos dedicados á um só personagem e minha pergunta é até quando?

Sim, por mais que eu goste de vê-lo no papel todos nós sabemos que Logan é praticamente um imortal ( assim como todo personagem de HQ). O caso é que Jackman em algum momento  vai ter que dizer não posso mais, pois a idade tá chegando.

Infelizmente temos que pensar desta forma. Olhem quantos Supermen, Batmen e James Bond já tivemos na telona? São casos claros demonstrando a intenção que o personagem fica e ator sai.

Continuando David Duchovny ficou mundialmente conhecido  quando interpretou O Estranho Mulder da série paranormal Arquivo X. A série contava as aventuras de Mulder ao lado da Agente Scully interpretada pela linda Gilian Anderson aonde fatos fora do comum eram investigados.

A tônica entre a veracidade do ocorrido presenciada por Mulder contra o ceticismo científico de Scully tornou Arquivo X um dos maiores sucessos de sua época. E então de repente Duchovny num acesso de estrelismo quando a série estava no auge largou-a para tentar brilhar em outras paragens.

Sofrendo com um grande balde de água fria atuando no ridículo Evolução, mas voltando ao ápice na ótima série Californication (que infelizmente assisti poucas vezes).

Outro que ficou marcado foi Ben Affleck que ganhou o Oscar pelo filme Argo, mas amargou pesadas críticas em Demolidor. Na história tivemos condensados 40 anos da existência do Homem Sem Medo  mostradas de uma tacada só. O fato de ter dois vilões (o Mercenário e o Rei do Crime) juntando a morte da heroína Elektra resultou num fiasco enorme.

Estive revendo o longa há pouco tempo atrás e analisando friamente não é ruim, pois os efeitos especiais são bons, a caracterização dos personagens estava ótima, o filme é leve e repleto de ação nos momentos certos,  mas o grande problema é que quiseram mostrar coisas demais num só filme. E isto infelizmente estragou tudo.

Bom, houve boatos na web que Affleck iria dirigir o futuro longa da LJA graças á Deus que isso não aconteceu, porque a DC precisa encontrar um diretor que seja além de visionário um fã dos personagens para transpô-los da melhor maneira possível pra telona.

A franquia do Cabeça de Teia com Sam Raimi deu certo por conta disso mesmo com aquelas horríveis teias orgânicas. E  do meu ponto de vista é preciso planejar bastante para que não lancem somente por que Os Vingadores fez sucesso de crítica e principalmente de bilheteria.

Voltando, e agora temos Robert Downey Jr. num raríssimo caso de vida imitando a arte, pois enquanto Downey Jr. salvou o Gladiador Dourado, Tony Stark salvou Downey Jr.

 A  verdade é que Tony Stark não era um herói conhecido do grande público até o ator interpretá-lo e transformar o Homem de Ferro em ícone pop. É chover no molhado dizer isso?  Sim, porém foi  assim que aconteceu não há como se enganar.

Podemos notar pelas ruas mais pessoas usando a camisa do Vingador Dourado fato que era raríssimo tempos atrás. E agora teremos a pergunta até quando o ator irá interpretar o latinha?


A idade está chegando e não é qualquer ator que consegue ou quer manter o ritmo desenfreado de estar num filme de ação. Será que o  Tony Stark de Downey Jr. ficará marcado pra sempre  como o James Bond de Sean Connery?

Um comentário:

  1. Muito bom seu texto, Anderson. Muito claro! A ideia da estigmatização é muito boa. Mas, sinceramente, acredito que o estigma, quem carrega é de fato o ator, como foi seu bom exemplo do David Duchovny. Eu por exemplo, não imagino Kiefer Sutherland em outros papéis além do agente Jack Bauer de 24 Horas.
    O contrário parece não funcionar desta maneira. O personagem ficar marcado pelo ator, como casos do homem-de-ferro/Robert Downey Jr e Wolverine/Hugh Jackman é apenas efêmero. Porque sabemos que cada época tem sua leitura e o ator corresponde a isso. Como é o caso de Christopher Reeve. Ele funcionou bem em sua época e apenas funcionou para o personagem. Foi ele quem ficou marcado. Seu personagem seguiu em frente e não devemos desmerecer a boa atuação de Henry Cavill. Apenas são épocas distintas.

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