Nós que gostamos
de animes, desenhos e gibis sempre falamos que na nossa época tudo era melhor
ou que havia algum desenho específico da nossa infância que era bom até dizer
chega.
Mais quando
temos a oportunidade de revê-lo cai um balde de água fria em nossa cabeça. Tipo
cadê aquilo tudo que eu via antigamente? Ser criança tem dessas coisas é igual Backiardigans assim que comecei a
colocar pro meu filho assistir eu odiava toda aquela cantoria, danças e
colorido.
Mais depois
de acompanha-lo diversas vezes passei a gostar dos personagens, porque
Backyardigans mistura em suas danças os mais variados estilos musicais como:
salsa, merengue, mariachi, jazz, rock anos 60 e até a música indiana.
E isto me surpreendeu porque demonstra o
universo infantil de maneira clara Pablo e cia vão para todos os lugares
maravilhosos seja no fundo do mar, no centro da Terra, no espaço longínquo,
vivendo como cowboys, enfrentando alienígenas ou virando super-heróis.
Estas
inúmeras situações acontecem apenas no quintal de suas casas, pois viajam sem
sair de lá. É justamente na imaginação
um lugar tão fértil na mente de uma criança que cabe o universo inteiro e
muitas outras coisas que nós não imaginamos.
O problema é
que nós adultos (pelo menos a grande maioria) já esquecemos que fomos crianças
e isto em alguns casos gera algum tipo de conflito. Criança é tudo aquilo que
nós fomos e adultos é tudo que ela poderão se tornar. É um ciclo inquebrável e
não é á toa que Peter Pan não deseja crescer.
Bom, aqui
vai um exemplo meu amigo JC Anjos me emprestou há algum tempo atrás O Pirata do Espaço que foi um grande
sucesso quando esteve no ar quando éramos mais jovens. Na animação o cientista Professor Yan foi obrigado a construir uma
nave de combate superior á qualquer outra para o Imperador Geldon. O
Professor foge ao concluir a nave levando consigo sua filha Rita, mas é
atingido por um tiro e manda a moça fugir sozinha.
Rita estava
ferida á bordo do Pirata e a nave vindo em direção ao nosso planeta cai perto
da Base Akane. Logo á moça é salva pela turma do Professor
Tobishima e seu protegido o intrépido piloto Joe Kasaka.
Quando Rita começa
a se recuperar conta a história de tudo que aconteceu só que o Imperador quer o Pirata de volta pra poder conquistar nosso
planeta e envia vários robôs-bombas para concretizar tal intento.
Joe vira
piloto da nave ao lado de Rita para defenderem a Terra. Isto é o Japão, pois
como estamos cansados de saber tudo quanto é monstro ou vilão desce na Terra do
Sol Nascente para tentar conquistar o mundo, não sei porque?
Eu adorava
quando o Professor Tobishima dizia: “Joe! Rita! Preparar o Pirata do Espaço” e
então a rampa subia de baixo d’água com uma música de fundo para a nave
decolar. E então vim pra casa super feliz com o DVD nas mãos e coloquei pra
assistir e reencontrar uma parte emocionante do meu passado.
Quando
comecei a rever achei o anime arrastado e a sequência de transformação de nave
para robô (que eu adorava demais) me encheu a paciência ao notar que as naves
inimigas ficavam “esperando” aquilo tudo pra poderem atacar e ser derrotados
que decepção.
Vou ser
extremamente sincero não deixei de gostar do Pirata do Espaço faz parte da
minha vida. No entanto aprendi que há certas coisas que é melhor deixarmos no
passado para assim poder preservar melhor nossa memória.
Outro fato
que despertou a minha atenção foi a volta do palhaço Bozo (“alô criançada o
Bozo chegou trazendo alegria pra você e vovô...”). Inicialmente aos sábados um
novo artista assumiu a cabeleira vermelha e os sapatos longos do antigo mito
dos anos 80.
De repente
no Bom Dia & Cia o Yuddi que comandava o programa infantil ao lado da
Priscilla simplesmente deu puff e sumiu. Eu não sei se retiraram ou despediram
ou substituíram o rapaz na maior cara de pau mesmo, porque logo o palhaço
ressurgiu como uma fênix das cinzas do passado.
Lembro que
meus amigos e eu comentávamos que havia 3 atores que interpretavam o palhaço e
que um deles até morreu (agora não sei se isto é verdade ou mito).
O fato é que
para muitos iguais a mim ver o programa do Bozo era poder sentar á frente da
TV curtindo Spectreman e Ultraman
dois dos maiores heróis nipônicos já criados e extremamente cultuados por aqui
e no mundo todo.
O Bozo
apresentava-se ao lado de seu fiel ajudante o garoto Juca e teve uma animação
sua que eu adorava muito na época. E hoje revendo-a notei é que muito ruim e
chata ao extremo. Como é que eu pude ter
gostado de um desenho daquele? Criança se engana á toa podemos realmente
constatar isto.
Desta vez não vi o palhaço com ar de nostalgia
mais de comparação e senti a diferença,
porque o programa não me empolgou em nada.
Acho que na
verdade nem deveria, pois é feito para crianças mais achei e ainda acho este
novo Bozo fraco pra caramba, pois soa falso e forçado não é “natural” como
antigamente. Porque será que me sinto no direito de julgar? Não sei e não
entendo apenas estou desabafando.
Eu adorava
ver o momento que o Bozo perguntava: “Papai Papudo que horas são?” no que ele
respondia: “são 5 e 60 falta um minuto pra daqui a pouco”. Eu gostava até do
rabugento do Salsifufu vivido pelo saudoso Pedro de Lara e ainda tinha a Vovó
Mafalda do também falecido Valentino
Guzzo.
O carisma dos atores anteriores era enorme são momentos que marcaram
toda uma geração de crianças que hoje são pais e mães.
É como eu
disse no início do texto a nostalgia é um perigo e precisamos tomar cuidado com
ela. Eu sou um nostálgico incorrigível, pois não tenho mais jeito.
Sigo meu
caminho corajosamente vivendo e convivendo com minhas lembranças sendo
retiradas lá do fundo do baú. E me surpreendendo ao encontrar com elas.