quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Perigo da Nostalgia




Nós que gostamos de animes, desenhos e gibis sempre falamos que na nossa época tudo era melhor ou que havia algum desenho específico da nossa infância que era bom até dizer chega.
Mais quando temos a oportunidade de revê-lo cai um balde de água fria em nossa cabeça. Tipo cadê aquilo tudo que eu via antigamente? Ser criança tem dessas coisas é igual Backiardigans assim que comecei a colocar pro meu filho assistir eu odiava toda aquela cantoria, danças e colorido.

Mais depois de acompanha-lo diversas vezes passei a gostar dos personagens, porque Backyardigans mistura em suas danças os mais variados estilos musicais como: salsa, merengue, mariachi, jazz, rock anos 60 e até a música indiana.

 E isto me surpreendeu porque demonstra o universo infantil de maneira clara Pablo e cia vão para todos os lugares maravilhosos seja no fundo do mar, no centro da Terra, no espaço longínquo, vivendo como cowboys, enfrentando alienígenas ou virando super-heróis.

Estas inúmeras situações acontecem apenas no quintal de suas casas, pois viajam sem sair de lá. É justamente na imaginação um lugar tão fértil na mente de uma criança que cabe o universo inteiro e muitas outras coisas que nós não imaginamos.

O problema é que nós adultos (pelo menos a grande maioria) já esquecemos que fomos crianças e isto em alguns casos gera algum tipo de conflito. Criança é tudo aquilo que nós fomos e adultos é tudo que ela poderão se tornar. É um ciclo inquebrável e não é á toa que Peter Pan não deseja crescer.

Bom, aqui vai um exemplo meu amigo JC Anjos me emprestou há algum tempo atrás O Pirata do Espaço que foi um grande sucesso quando esteve no ar quando éramos mais jovens. Na animação o cientista  Professor Yan foi obrigado a construir uma nave de combate superior á qualquer outra para o Imperador Geldon.  O Professor foge ao concluir a nave levando consigo sua filha Rita, mas é atingido por um tiro e manda a moça fugir sozinha.

Rita estava ferida á bordo do Pirata e a nave vindo em direção ao nosso planeta cai perto da Base Akane. Logo á moça é salva pela turma do  Professor Tobishima e seu protegido o intrépido piloto Joe Kasaka.

 Quando Rita começa a se recuperar conta a história de tudo que aconteceu só que o Imperador quer  o Pirata de volta pra poder conquistar nosso planeta e envia vários robôs-bombas para concretizar tal intento.
Joe vira piloto da nave ao lado de Rita para defenderem a Terra. Isto é o Japão, pois como estamos cansados de saber tudo quanto é monstro ou vilão desce na Terra do Sol Nascente para tentar conquistar o mundo, não sei porque?

Eu adorava quando o Professor Tobishima dizia: “Joe! Rita! Preparar o Pirata do Espaço” e então a rampa subia de baixo d’água com uma música de fundo para a nave decolar. E então vim pra casa super feliz com o DVD nas mãos e coloquei pra assistir e reencontrar uma parte emocionante do meu passado.

Quando comecei a rever achei o anime arrastado e a sequência de transformação de nave para robô (que eu adorava demais) me encheu a paciência ao notar que as naves inimigas ficavam “esperando” aquilo tudo pra poderem atacar e ser derrotados que decepção.

Vou ser extremamente sincero não deixei de gostar do Pirata do Espaço faz parte da minha vida. No entanto aprendi que há certas coisas que é melhor deixarmos no passado para assim poder preservar melhor nossa memória.

Outro fato que despertou a minha atenção foi a volta do palhaço Bozo (“alô criançada o Bozo chegou trazendo alegria pra você e vovô...”). Inicialmente aos sábados um novo artista assumiu a cabeleira vermelha e os sapatos longos do antigo mito dos anos 80.

De repente no Bom Dia & Cia o Yuddi que comandava o programa infantil ao lado da Priscilla simplesmente deu puff e sumiu. Eu não sei se retiraram ou despediram ou substituíram o rapaz na maior cara de pau mesmo, porque logo o palhaço ressurgiu como uma fênix das cinzas do passado.

Lembro que meus amigos e eu comentávamos que havia 3 atores que interpretavam o palhaço e que um deles até morreu (agora não sei se isto é verdade ou mito).

O fato é que para muitos iguais a mim ver o programa do Bozo era poder sentar á frente da TV  curtindo Spectreman e Ultraman dois dos maiores heróis nipônicos já criados e extremamente cultuados por aqui e no mundo todo.

O Bozo apresentava-se ao lado de seu fiel ajudante o garoto Juca e teve uma animação sua que eu adorava muito na época. E hoje revendo-a notei é que muito ruim e chata ao extremo.  Como é que eu pude ter gostado de um desenho daquele? Criança se engana á toa podemos realmente constatar isto.

 Desta vez não vi o palhaço com ar de nostalgia mais de comparação e senti a  diferença, porque o programa não me empolgou em nada.

Acho que na verdade nem deveria, pois é feito para crianças mais achei e ainda acho este novo Bozo fraco pra caramba, pois soa falso e forçado não é “natural” como antigamente. Porque será que me sinto no direito de julgar? Não sei e não entendo apenas estou desabafando.

Eu adorava ver o momento que o Bozo perguntava: “Papai Papudo que horas são?” no que ele respondia: “são 5 e 60 falta um minuto pra daqui a pouco”. Eu gostava até do rabugento do Salsifufu vivido pelo saudoso Pedro de Lara e ainda tinha a Vovó Mafalda do também falecido Valentino Guzzo.

 O carisma dos atores anteriores era enorme são momentos que marcaram toda uma geração de crianças que hoje são pais e mães.

É como eu disse no início do texto a nostalgia é um perigo e precisamos tomar cuidado com ela. Eu sou um nostálgico incorrigível, pois não tenho mais jeito.

Sigo meu caminho corajosamente vivendo e convivendo com minhas lembranças sendo retiradas lá do fundo do baú. E me surpreendendo ao encontrar com elas.

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