O Superman sempre
serviu de inspiração para retirarmos o melhor que há dentro do ser humano. Ou
seja um herói cujo propósito sirva pra nós agirmos tentando melhorar o mundo ao
nosso redor.
Nesta HQ temos uma “nova” perspectiva sobre o mito, porque
não é a primeira vez que o vejo agindo como um ditador. Pra mim não
é algo tão surpreendente assim, mas foi a melhor versão que já li.
Lembrando
que na série animada da década de 90, temos o episódio Admirável
Metrópolis Nova, no qual Lois devido a um experimento no Laboratórios Star
encontra uma realidade alternativa (aonde havia morrido).
Nesta Terra
Paralela o Azulão não chegou a tempo de deter uma explosão em seu carro e como
consequência de sua perda tomou as rédeas da cidade tornando-se num controlador
obsessivo (iludido pelas maquinações de Lex Luthor).
A melhor
coisa neste episódio é que depois que Kal descobriu estar sendo enganado
confrontou Lex que morreu quando tentava fugir. Então Lois quando voltou pra
nossa Terra resolveu pedir ao Super que se encontrassem sem ela precisar estar
sendo salva (sinal que o relacionamento deles estaria pra acontecer).
Bom, esta
edição surgiu inspirada no famoso jogo homônimo servindo como prequel do que
acontece nele (algo como os eventos anteriores que culminaram naquilo que
vemos).
Eu já vi o
game no youtube e achei seus gráficos maravilhosos, mas o roteiro de Tom Taylor
é complexo e muito claustrofóbico. Kal e Lois estavam curtindo sua vidinha nada
simples até que ela surgiu coma notícia que o Azulão seria papai.
Enchendo-o de
orgulho e felicidade por isso (de vez em quando dizem que o cara não pode ser
pai na outra colocam um descendente nos gibis, os roteiristas são ótimos em nos
deixarem malucos com isso).
A repórter
não é uma mulher comum e decidiu manter sua vida normalmente, mas uma dica no
cais renderia pra Lois e Jimmy uma matéria muito importante. Só que tudo não
passou de uma tramoia do Sr. C. que assassinou Jimmy Olsen e
sequestrou Lois.
Pra piorar o Palhaço
do Crime conseguiu misturar gás do medo com kriptonita e conseguiu
transformar o maior pesadelo do herói em realidade (o retorno do monstro
Apocalypse).
Agindo sob efeito do gás Superman “pensa” estar lutando contra seu
pior arqui-inimigo, mas infelizmente mata sua esposa e filho (sem saber).
A situação
ficou ainda mais catastrófica quando uma bomba atômica extermina com Metrópolis
e seus habitantes. Nunca vi algo deste tipo, porque a fúria do Azulão era tão
grande que assassinou o Coringa sem exitar (foi sinistro mais ele mereceu).
A intenção
do palhaço era justamente essa, pois estava cansado de perder pro Morcegóide
diversas vezes e resolveu mudar de oponente. Tudo começou apenas em como seria
destruir uma alma tão nobre quanto a do Super (e no final de tudo confessou que
foi tudo muito fácil, putz!).
Como se só
isso não bastasse o Homem do Amanhã começou uma cruzada contra
todas as nações exigindo um cessar fogo e caso isso não acontecesse ele mesmo
tomaria suas precauções.
Então os
heróis da LJA dividiram-se entre aqueles que seguiam o Homem de Aço e aquele
que estavam temerosos com suas intenções.
O herói
sempre combateu o crime e as invasões alienígenas nada mais do que isso, porém
quando enfrentou os governos do mundo.
O presidente americano se retrai e
procura o auxílio do único homem que “talvez” possa fazer frente ao
kriptoniano, quem disse Batman acertou em cheio.
Há quatro
momentos incríveis nesta HQ que servem pra deixar qualquer um de queixo caído.
No primeiro deles Clark joga na cara do Bruce sobre sua suposta relação de amor
e ódio com o Coringa responsabilizando-o por todas as mortes cometidas pelo
palhaço.
E
interpelando, porque Bruce não estava lá pra evitar o sumiço de Lois (a
conversa foi tão pesada que o Morcego chegou a esmurrar a cara do kriptoniano).
O segundo
aconteceu dentro do Asilo Arkham quando todos estavam com os
ânimos exaltados e Bruce perdeu seu filho mais amado (eu não consigo esquecer
os olhos dele sobressaltados sob a máscara, foi pesado!).
No terceiro
momento que chamou minha atenção foi com o Flash na Austrália
no momento em que Kal e Diana detém um rapaz que se tornou herói inspirado pela
Liga pra seguir a vida heroica.
A força que eles usaram foi tão grande que
arrebentaram com ele numa questão de segundos.
Foi uma
situação tão espantosa ver o Barry atormentado correndo apenas pra tentar
esquecer aquilo que presenciou (até o homem mais rápido do mundo ficou
impotente diante daquela situação).
E por último Aquaman decide
tomar uma iniciativa contra a superfície tentando mandar um recado pra todos os
lugares do mundo (tipo dizendo que no mar ele é o soberano). Em contrapartida o
Superman junto a outros heróis retira a cidade de Atlântida do
fundo do oceano e a coloca no meio do deserto.
Numa
verdadeira demonstração do que realmente poderá fazer a quem se opor a sua
vontade (Arthur até pede desculpa, mas Diana não leva o recado pro Azulão).
Só
pra fechar aqui tivemos mais uma vez que sem a Lois no caminho haverá uma
aproximação entre Diana e Kal. Ares até sugere isso e ela não descarta tal
hipótese (ela segue o Azulão fielmente sem hesitar).
O roteiro de Tom
Tayler é bem conduzido virando do avesso as relações de amizade que
eram concretas.
Aqui temos nitidamente uma versão da Guerra Civil,
da Marvel sem tirar nem por. Bruce e Kal dividem a Liga em facções que irão
culminar nos confrontos do famoso jogo.
A história
serve pra explicar o contexto no qual o game acontece, porém não gostei de
nenhum dos artistas que fizeram este trabalho (pra mim ficou uma colcha de retalhos
muito mal feita). Os editores poderiam ter pensado melhor neste aspecto fora
isso é uma ótima leitura com um desenvolvimento até mesmo imprevisível.
Infelizmente
a edição parece servir somente como caça níquel pro fãs do jogo e também para
aqueles leitores desavidados que não conhecem nada sobre o game (ou seja alguém
do tipo este humilde comentarista).
Injustiça
comprova que no final das contas Amanda Waller sempre estava
certa (me refiro ao seu ponto de vista no desenho da Liga).