Foi lançada
inicialmente numa minissérie em 3 edições pelo artista e também roteirista Terry Moore, em 1993.
Bom, tenha
absoluta certeza que aqui você não irá encontrar nenhum herói com cueca por
cima da calça usando capa esvoaçante. E também não verá nenhuma gata musculosa
usando um uniforme minusculo com salto alto.
Fiz isso de
propósito, pois pra quem ainda lembra os infames anos 90 as edições dos heróis eram recheadas de personagens
clichês com aventuras fraquíssimas e sofríveis.
Dispensando
essas considerações nesta história ficamos sabendo da vida das amigas Francine Peters e Katina Chuvanski que se conhecem desde o colegial e moram juntas.
Quero
afirmar que o roteiro de Moore é bem conduzido e confesso que li as três
edições numa tacada só, pois os personagens são divertidos e parecem reais.
Na verdade
os dramas, neuras, inseguranças e problemas fazem Estranhos no Paraíso uma das melhores histórias já produzidas.
Sem sombra
de dúvidas mereceu ter ganho o Eisner
Award, um tipo de Oscar dos
quadrinhos.
Francie é meio doidinha, mas bastante meiga
e está ficando fora do peso.
Mais em contraponto, Katchu é durona, mau humorada e bebe pra caramba. É uma pintora e
poetisa que guarda suas criações pra si mesma.
Só pra
constar os poemas escritos por Katchu são na verdade foram feitos pelo Terry
Moore (eles são ótimos).
Voltando, pra
completar o triângulo ainda temos David,
um rapaz tranquilo e inteligente que gosta de Katchu, no entanto ela adora
Francine é um amor muito complicado. Fato que me fez lembrar daquele filme “Três Formas de Amar”.
A trama
inicia com Francine se apresentando numa peça do colégio e tendo problemas com
sua roupa que caiu quando estava no palco (deixando-a nua na frente de todos na
platéia).
O tempo
passa e vemos ambas iniciando a fase da vida adulta. Francie tem um relacionamento conturbado com Freddie no qual não há
sexo. Ela já havia sofrido bastante com outros relacionamentos antes.
Só que no
dia de aniversário da relação, Francine estava disposta a se entregar. Chegou
no trabalho dele pra fazer uma surpresa, mas encontra seu namorado se
esfregando com outra.
Francie fica
arrasada, porém mesmo assim ainda tentou reatar o relacionamento. Só que
Freddie é um idiota e escroto que não vale nada terminando com ela. Num ataque de fúria Francine tira sua roupa
num parque e dirige pra casa sofrendo uma colisão que a deixa ferida.
Katchu fica
sedenta de raiva ao persegui-lo e temos uma conclusão muito engraçada nesta
parte.
Outro
personagem intrigante é o David comento isso, porque Katchu esculacha o rapaz
de diversas maneiras.
E por mais
incrível que possa parecer ele está sempre do lado dela (é uma prova de amor
inquestionável).
Obviamente
destaco a arte de Terry Moore que de
uma maneira bem simples consegue ressaltar as cenas numa ótima ambientação de
cenários. E pra mim o mais importantes fica nas expressões faciais dos
personagens condizentes com ação mostrada a cada momento.
Já comentei
várias vezes que não sou fã de edições em preto e branco, pois retira muito do
impacto que a história poderia nos dar. E isso foi a única coisa que realmente
não gostei na história.
Porém o
conteúdo adulto e abrangente mostrado por Moore é a melhor parte de toda narrativa.
Confesso que virei fã de carteirinha assinada e recomendo pra qualquer leitor
que queira sair da mesmice e do lugar comum que vemos nos gibis que abusam dos velhos clichês.
Só pra
constar Strangers in Paradise chegou
até a edição 90 lá nos Estados Unidos durando praticamente 14 anos, mas a forma
como trata de um assunto que até hoje é complicado (homossexualismo).
É
imprescindível para que haja uma mudança na forma como as pessoas pensam e agem
sobre isso.
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