Essa é uma
aclamada e histórica Graphic Novel
que reúne as lendas Stan Lee
reconhecido co-criador do Universo Marvel que ficou com o roteiro e também o
famoso Moebius foi quem fez a arte.
Mesmo esse
gibi sendo muito elogiado durante todos esses anos. Algum tempo depois Moebius
reclamou que teve que desenhar rápido pra concluir suas páginas.
O fato é que
Jean Giraud não trabalhava com
super-heróis, mas sua arte cultuadíssima fala por si só.
Lembro que Silver Surfer: Parable foi lançada
originalmente em 1988. Pouquíssimo tempo depois quando eu ainda era um novato
no mundo dos gibis havia lido a edição, no entanto não havia dado muita
importância pra ela.
Agora devido
há um pouco mais de experiência de vida compreendo que é uma aventura repleta
de carga filosófica (como Lee gosta de escrever).
Na trama uma
gigantesca nave alienígena está chegando na Terra e logo a notícia se espalha
alastrando medo e terror entre as pessoas.
A cidade
está destruída e a polícia alarmada sem saber como proceder. Quando a nave
enorme pousa seu único tripulante se apresenta é Galactus, O Devorador de
Mundos.
Sua voz soa
imponente e poderosa prometendo uma nova era pra humanidade totalmente livre da
miséria e também do crime.
Na televisão
ficamos sabendo que o gigante passou a ser adorado como um deus.
Tal situação
deixa o evangélico Colton Candell
furioso e querendo se aproveitar dos acontecimentos pra chamar atenção pra si
mesmo. Proclamando-se arauto de Galactus dizendo que suas orações foram
ouvidas e atendidas pelo gigante.
A população
fica confusa mais a situação piora a partir do momento em que Galactus afirma
que a lei dos homens está banida, não há mais pecado e tudo é permitido.
Uma onda de
histeria, violência e selvageria toma conta da população. E as autoridades são
obrigadas a instituir uma lei marcial pra tentar organizar o pânico.
O Surfista Prateado estava vivendo na
Terra como um excluído e solitário. Sua aparência era a de um simples mendigo,
porém foi confrontar Colton.
Na verdade,
Colton tinha apenas atitudes mesquinhas visando somente os benefícios que
poderia lucrar estando ao lado de figura tão importante.
No entanto, Elyna Candell, sua irmã ainda mantinha
um bom senso diante do absurdo que estava vendo. Ao conversar com ela, o
Surfista decide mais uma vez proteger a humanidade mesmo que novamente ela não
mereça.
Essa é uma
atitude nobre dele que sinceramente eu admiro muito, mas nunca conseguirei
entender.
A parte
interessante foi notar que Elyna ao saber do nome do herói achou que se tratava
de uma lenda urbana. Não vemos qualquer outro super-herói se
interpondo ao gigante (ou até sendo mencionado).
Esse é um
fato que “talvez” nossa história aconteça num futuro distante aonde a
humanidade tenha se esquecido da existência dos heróis (mais o que aconteceu
com eles não é explicado).
Mesmo
sabendo que não tem nenhuma chance contra Galactus, o Surfista tenta lutar
primeiro lembrando-o de seu pacto de não destruir nosso planeta. E depois
também convencê-lo que a humanidade merece uma chance de continuar vivendo.
É muito
estranho notar que nós seres humanos temos a essencial necessidade de adorar e
seguir mesmo que seja de uma maneira cega e fervora a um ser superior.
O momento
ápice da aventura chega justamente pela coragem de Elyna e sua atitude foi algo que nem tenho palavras pra
descrever.
Afirmo que é
confuso pensarmos em Galactus num nível igual ao nosso, pois sua existência
está muito além da vaga compreensão humana.
Mais não há
como ficar estupefato pelo altruísmo do Surfista em negar um mundo que iria
segui-lo somente para voltar a solidão sempre presente em seu caminho.
Sem sombra
de dúvidas o roteiro de Stan Lee
serve realmente de alarde pra fé sem limites que colocamos na religião. E por um instante parei pra
pensar em uma situação, porque eu nunca acreditei nesses evangélicos que
prometem curas milagrosas pela televisão.
A arte
estilosa de Moebius nos faz viajar pela história sempre mostrando ângulos
inusitados. Dessa forma incrível parece que estamos ali presenciando os fatos
da narrativa.
Surfista Prateado: Parábola é uma história antiga, mas com uma
temática sombria que ainda está muito atual e longe de ter fim.
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